Amor malandro

Era uma vez, dois corações levianos que inventaram o amor malandro a fim de driblar paradigmas.

Só desejavam a presença para bem amar.

Mancomunavam sempre bem sucedidos golpes de prazer.

E sempre brilhavam como o Sol mesmo estando ao luar.

Juntos foram como rei e rainha e tornaram-se por bel-prazer escravos do desejo.

Desafiaram o tempo e o espaço tornando-se presentes mesmo na ausência.

Aventuraram-se em traçar o melhor plano, que era não tê-lo.

Miraram o “amanhã” como um mero detalhe, porque o sempre era mais interessante.

O nome do que sentiam não tinha nome, porque não dominava o querer.

Estavam sempre lá, a esperar sempre o melhor dos dois, sem nunca conseguir dizer adeus.

A rua fora palco de um amor vadio e fora da lei, porque eram “seres da rua” e bem que gostavam de ser assim... Tudo podiam.

Refogavam a alma ao som dos sambas da cidade e dos becos e da Pedra que um dia foi do sal.

Encantavam-se com a boemia da madrugada, que inspirava os pensamentos e alimentava a alma de uma liberdade utópica.

Ambos sentiam a beleza da vida existente na noite, considerada a melhor arena para se “perder”, se permitir e sonhar devaneios.

Em público apenas olhares ilegais.

E os corpos viviam sempre no limite.

Dizem que: malandro que é malandro não perde nunca. Por isso, em algum momento do faceiro caminho de suas vidas sentiram que para não se perderem, jamais poderiam se ter completamente....

E assim, malandreando esquinas, foram felizes para sempre....

Se vida nos toma, em doses tão intensas, é porque ela quer se embriagar...

Agora sim, percebo que vc tem a mim.

Que delírio é essa emoção...

Se eu te escuto num olhar, sinto gosto do cheiro. Sei que essa loucura se chama paixão.

E me aperta mais forte, quero sentir vc chegar, pra acabar com essa falta que vc deixou.

Tanta coisa pra falar, mas não quero desperdiçar o tempo que eu tenho pra me entregar.

Porque quando me aperta, me encanta e me ganha, parece magia?
Como a flor que alimenta o beija-flor.

Foi de onde não se espera que vc chegou. Chegou...
E quando os céus conspiram a favor, tudo roda E parece feito pra nós.

Quem poderia explicar? Nem o poeta ousaria expressar.
Porque quando a gente brilha, parece um clarão!

Delícia pura, é quem vem pra alegrar meu dia.
Desolar a minha saudade, pra trazer felicidade.
É você quem me encanta, com palavras sinceras, alimenta minha alma e me faz feliz.

E se vida nos toma, em doses tão intensas, é porque ela quer se embriagar...

Se é assim, então que venha e....

QUE ME PRENDA NA CAMA, COM SUA REDE DE BRAÇOS

QUE ME VENHA COM FÚRIA DE DESEJO, PRA DESBRAVAR

QUE ME VENHA COM FORÇA, PRA ME CANSAR

QUE ME FAÇA DE RIO, PRA MATAR A SEDE

QUE ME FAÇA DE REDE, PRA BALANÇAR DEVAGAR

QUE ME FAÇA DE DROGA, PRA ALUCINAR

QUE ME FAÇA DE SAMBA, PRA CANTAR E SE ENCANTAR

QUE ME FAÇA DE SAIDEIRA, PRA PERDER A HORA DE VOLTAR

QUE ME FAÇA DE BANQUETE, PRA DEVORAR

E QUE SINTA NUM INSTANTE O PRAZER DE UMA VIDA INTEIRA.

Torna-te quem tu és!

Estive pensando sobre ficar sozinho.

Acho que muita gente têm medo de ficar só.

E esse medo, acredito vir do receio de descobrirem que passaram todos esses anos sem saber quem de fato somos.

Nos meus breves períodos de solidão me "percorri" e hoje, vejo que ficar só, nos ajuda a encontrar o que resta de nós, da nossa essência. Às vezes, assusta, porque nos damos conta do quanto deixamos de existir. Do quanto deixamos que a sociedade e fatores externos nos mudassem “por fora”. E aí, quando ficamos sozinhos, percebemos que ainda existe parte do que nasceu conosco. Uma chama que não se apaga tão fácil, que resiste a tudo, porque isso é real de verdade. Não é fácil, mas é real.

Hoje uso os períodos de solidão para uma busca, proposta por Nietzsche: "Torna-te quem tu és".

É um bom exercício, uma grande busca e um excelente desafio. Vale a pena tentar!

Meios e Metades

Pensamos sempre em como vamos chegar ao final da vida, mas quer saber? Acho que a metade dela é a parte mais bacana....

Mas, não há nada que irrite mais que meios e metades...

Quem conta uma história pela metade e não termina.
A pergunta do copo: está meio cheio ou meio vazio? Ahhh!
As meias palavras...
Viver pela metade....
Os fins que justificam os meios...
Ou ainda os “meio” indecisos que ficam no meio do muro....


Mas há sim, os meios e metades que muito me interessam...


Estar no meio da rua...
A cara metade...
A meia luz...
Você chegar no meio da madrugada...
Perder uma meia aposta...
Ficar meio confusa e ser impulsiva...
Ter meia noite de sono pra aproveitar mais...

É meio estranho, mas se eu tivesse metade da vontade que ainda tenho, seria mais fácil não ir na contramão da razão.

Isso pode querer dizer que a minha vontade é grande o suficiente pra deixar a categoria de meia e virar inteira....
Mas quem precisa do todo se a metade já é tão boa?

Assim é melhor....

Não me condene por querer, se é tão bom te ter.

Não me torture, se és a parte mais encantadora do dia.

Jamais me iluda, porque acreditaria ser feliz perto de você

Não me entristeça com a saudade que tanto dói.

Não seja sincero ao ponto de me fazer ir embora,

E nem seja cruel pra me pedir pra ficar.

Seja sempre mais do que eu espero...

E menos que eu acredito que seja.

Espere sempre o meu melhor, porque é isso o que eu gostaria de dar. E é tão pouco do que consigo ser.

Nunca freie os meus impulsos honestos e jamais se castre dos seus. É o que temos de mais hipnotizante.

Queira sempre mais de mim...

Lembre sempre que somos humanos...

Não confunda destino com acaso...

Tão pouco espere que a vida responda sozinha às suas dúvidas tão inocentes.

Fazemos parte de um “todo”, mas fazemos do “todo” algo muito mais interessante e vivo...

Me avise quando for embora, se um dia quiser ir...

E não me prive de saber se um dia pensar em querer ficar...

Não deixe de ser uma “metamorfose ambulante”.

Entenda que mudar faz parte, por mais chato que seja.

Não brinque comigo, porque não sei brincar de gostar.

Sei brincar de construir coisas incríveis e impagáveis.

Nos construímos juntos. Sem pedir licença. E você sabe disso...

Como uma miragem, nos “fizemos” como uma cascata de luz.

Me incomode sempre com os seus encantos. Eles me alimentam.

Se permita me surpreender, nem que seja às vezes...

Teste o que há de melhor em você comigo. Quando errar, vou saber desculpar.

Seja tão honesto o quanto é possível ser.

Seja real pra alguém.

Seja de verdade, quando estiver perto de mim.

Seja eterno pra mim enquanto durar.

Faça do tempo algo que se pode viver.

Faça de nós a brincadeira mais gostosa.

Faz favor de nos deixar viver mais e mais e mais, um pouco...

Entenda nossa beleza, que é linda...

E quer saber? Juntinhos, sempre nos despedimos querendo ficar mais... E isso é tão bom!!!!!!!

E eu quero saciar minha sede milhões de vezes...

Por isso, não desapareça!

Ah, outubro...

Eu quero tudo. E é sempre tanto, que não cabe de mim.

Mais uma vez outubro está chegando e como sempre, cheio de novidades, ou melhor, cheio de intensidade, que me arrebata e passa como um furacão incontrolável. Me faz perder a razão, agir com a emoção, consegue fazer com que eu me liberte da hipocrisia social e me faz acreditar que ser essência vale a pena, pelo menos, para a alma vale...

E o resto vira resto. “castrar” vontades honestas vira crime, e praticar um “crime” vira “recompensa”.

E, às vezes, a vida pesa de uma maneira estranha... É como se fossem duas vidas, a que existe dentro de mim e a que tem de ser vivida. As duas são boas e nenhuma é perfeita. Uma é razão e outra emoção. E me parece que nada é errado e nem certo. É só a vida.

Ah, o que seria do ser humano se ele não pudesse sonhar e acreditar no que tiver vontade?
Encarar a realidade é uma questão se sobrevivência, é quase imposto. Mas sonhar não. É de cada um, é um presente divino que acalanta a alma. Pobre alma é aquela que já não consegue mais sonhar. Sonho não tem tamanho, nem preço, menos ainda certezas. Ele simplesmente existe.

Feliz é aquele que, às vezes, se permite realizar sonhos, seja ele do tamanho que for, ou o tempo que durar. O importante é que ele existe e acontece, quando querem que aconteça.

É ser eterno enquanto é vivido e depois se transforma em uma bela recordação da vida de um ser. Acima de tudo ainda somos seres humanos. Humanos!!!!! É o jogo da vida.

Acho que é isso!